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O Coro alto servia para a recitação das "Horas" tipicamente monásticas, como eram as Matinas, as Laudes e as Horas Menores. Os monges, usando obrigatoriamente a cogula, entravam de joelhos e, no cadeiral, permaneciam longas horas em canto litúrgico, seguindo os grandes livros iluminados, colocados na estante coral, e que eram as bíblias, antifonários, graduais e saltérios. De pé, só se sentando para a recitação dos salmos e durante as leituras, encontravam algum conforto com o apoio nas "misericórdias" e grande estímulo no exemplo das vidas de S. Bento e Santa Escolástica, representadas nos oito quadros grandes das paredes do coro.
O Coro é, assim, essencialmente ocupado pelo cadeiral. Construído entre 1666-1668 e atribuído a António de Andrade, é de planta em U e dispõe-se em duas filas, com a de trás em plano mais elevado. As cadeiras, com decoração entalhada, são de assento levadiço e têm, no lado inferior, pequenas mísulas, as misericórdias, com a forma de máscaras fantasiosas de rostos humanos, sátiros e animais. Os espaldares, que constituem a parte mais artística do cadeiral, são estofados, dourados e policromados e a sua imaginária fala-nos de figuras e factos beneditinos. Separados uns dos outros por pilastras com esculturas geminadas ostentando toucados de folhagem são um testemunho da magnífica talha proto-barroca que se produziu no Mosteiro de Tibães e que rivaliza condignamente com os gradeamentos oitocentistas de pau preto e bronzes dourados, com o oratório do Cristo Crucificado de Frei José de Santo António Vilaça e com o órgão do mestre organeiro Francisco António Solha, com caixa "riscada" por Frei José de Santo António Vilaça.
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